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Custódio Martins, psiquiatra do Instituto de Neurociências de Brasília (INCB), destaca que o estudo americano revela informações que se diferenciam de dados atuais na área médica relacionados ao consumo de álcool. “É uma abordagem interessante, que foge das classificações dos manuais atuais, mostrando dados de dependência diferentes dos conhecidos na saúde mental”, compara.

 

Helena Moura, psiquiatra especialista em dependência química, também acredita que o grande destaque da pesquisa é trazer novas informações comportamentais relacionadas ao consumo de álcool. “Esse é um tema que se discute há anos. Sabemos que nem todo alcoolista é igual. Por isso, criar categorias para entender melhor os perfis é algo que pode nos ajudar. Hoje, usamos 11 critérios para caracterizar as pessoas com esse tipo de problema, mas esse estudo usa dados ainda mais detalhados”, diz.

 

Linden-Carmichael conta que pretende usar o mesmo método em uma nova pesquisa, mas dando ênfase às diferenças etárias. “Estou interessada em ver, por exemplo, o que acontece mais tarde com alguém que tem um certo perfil em uma idade mais jovem”, exemplifica. “Se uma pessoa está na classe de efeitos adversos apenas aos 21 anos, como estarão os seus hábitos relacionados à bebida aos 60 anos? Eles aumentam ou diminuem de velocidade? Se pudéssemos ter um estudo similar e maior e ainda seguir os participantes durante seu envelhecimento, isso seria mais intuitivo e benéfico para os resultados.”

 

“Sabemos que nem todo alcoolista é igual. Por isso, criar categorias para entender melhor os perfis é algo que pode nos ajudar”

Helena Moura, psiquiatra especialista em dependência química