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5 sintomas do alcoolismo que indicam que é hora de procurar ajuda?
 

Grupo Inter Clinicas

 

A bebida alcoólica é um item com forte presença na realidade brasileira. Seu consumo dificilmente pode ser restringido por conta de questões culturais e sociais. No entanto, o abuso do álcool leva à dependência e pode causar sérios problemas de saúde.

A Organização Mundial da Saúde chega a classificar o alcoolismo como uma doença psiquiátrica, que apresenta componentes físicos e mentais. Isso significa que, embora existam fatores fisiológicos envolvidos, a dependência muitas vezes é psíquica.

Neste post, vamos compreender quais são os sintomas de alcoólatra e quando indicam que é o momento de buscar ajuda. Acompanhe!

 

O alcoolismo no Brasil

O vício do álcool é um problema com abrangência global: mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em consequência direta ou indireta do alcoolismo.

Porém, a cultura brasileira e certas condições presentes no país tornam as estatísticas nacionais ainda mais preocupantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool no Brasil superou a média mundial em 2016.

O relatório da entidade aponta que o brasileiro consumiu em média 8,9 litros de álcool naquele ano, já considerando a quantidade diluída da substância. Entre os 143 países avaliados, a média foi de 6,4 litros por pessoa.

O hábito de “beber socialmente” coloca as pessoas em contato constante com o álcool. Mesmo quem não tem vontade de beber está exposto a esse contato em ocasiões comemorativas e até eventos relacionados ao trabalho.

Grandes festas nacionais ou regionais, como é o exemplo do carnaval, aceleram ainda mais o consumo de bebida alcoólica. Também é muito comum que eventos de negócios ofereçam uma variedade de opções dessas bebidas.

Além disso, existe no país uma forte tendência a diminuir os riscos do consumo excessivo de álcool, e até mesmo banalizar os sintomas de alcoólatra. Não é raro ouvir, em tom bem humorado e despreocupado, histórias de pessoas que se excederam na bebida e cometeram atos perigosos, como dirigir enquanto embriagado e se colocar em situações de risco que normalmente evitariam.

Entre os fatores que contribuem para o surgimento da dependência, estão:

  • facilidade de acesso;
  • associação do álcool ao ambiente social e à diversão;
  • glamourização do consumo de bebidas alcoólicas;
  • histórico familiar de abuso do álcool;
  • contato precoce com a bebida;
  • problemas de saúde mental não resolvidos.

Todos esses fatores fazem com que o alcoolismo, um problema grave para a saúde pública, seja um mal difícil de combater.

 

Sintomas do alcoolismo

O metabolismo do álcool pelo organismo é feito principalmente pelo fígado, que remove cerca de 98% da substância do corpo humano. O restante é eliminado pelos rins, pulmão e pele.

Os sinais de embriaguez são amplamente conhecidos: euforia, alterações no comportamento, perda da timidez, emotividade exagerada e, em alguns casos, tendência à agressividade. Porém, os sintomas de alcoólatra vão muito além da intoxicação por álcool.

Em geral, pessoas que já se tornaram dependentes tendem a:

  • beber sozinhos e fora de situações sociais;
  • continuar a beber mesmo quando percebem que estão se afastando da família e dos amigos;
  • demonstrar agressividade quando confrontados;
  • ter dificuldades para parar de beber mesmo estando embriagados;
  • apresentar paranoia e alucinações;
  • tentar esconder as evidências do consumo de bebidas alcoólicas;
  • apresentar sinais preocupantes, como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite.

Contudo, para identificar os sintomas do alcoolismo é necessário analisar o quadro geral, e não apenas um episódio isolado. Veja alguns indícios que indicam que é hora de procurar ajuda:

 

1. Necessidade de beber a qualquer momento

A bebida alcoólica é uma substância química que causa alterações no organismo de quem a consome. Ela atua no sistema nervoso central do indivíduo, promovendo as sensações de prazer, euforia e entorpecimento.

Essas sensações podem facilmente fazer com que um indivíduo se torne dependente. Uma pessoa que abusa do álcool e procura beber em qualquer ocasião devido à necessidade de manter os efeitos dessas substâncias.

Além disso, à medida que o consumo dessa substância aumenta, a tendência é que o indivíduo se torne mais resistente aos efeitos do álcool e tenha de beber cada vez mais para alcançar as sensações desejadas.

Algumas pessoas chegam a trocar as refeições pela bebida, o que oferece um grande risco à saúde.

 

2. Fadiga e dificuldade de raciocínio

Por atuar no sistema nervoso do indivíduo, é comum o álcool afetar sua capacidade cognitiva.

Entre as drogas psicoativas ou psicotrópicas, ele é classificado como um depressor. Assim, seu consumo causa sonolência e sensação de relaxamento.

No longo prazo, o abuso do álcool pode provocar cansaço físico e dificuldade de raciocínio. Confusão mental e até alucinações podem ocorrer em casos mais graves.

Esses sintomas tendem a ficar mais intensos à medida que a pessoa desenvolve tolerância a essa substância e precisa consumi-la cada vez mais para obter as sensações desejadas.

 

3. Distúrbios alimentares ou do sono

O desejo de consumir bebida alcoólica pode inibir a vontade de se alimentar e causar problemas relacionados à alimentação como a anorexia ou bulimia alcoólicas. Nesses casos, a pessoa deixa de se alimentar intencionalmente e pode induzir-se ao vômito ou purgação (com o uso de laxantes, por exemplo).

Além disso, o álcool costuma retardar o sono de um indivíduo, causando distúrbios como insônia, sonambulismo e até problemas respiratórios, como a apneia do sono.

 

4. Alterações no metabolismo

O álcool é uma substância rapidamente absorvida pelo organismo após o consumo. Passado o efeito imediato de prazer e euforia, ele pode causar dor de cabeça, náusea e vômito, a chamada ressaca.

O consumo em excesso dessa substância pode prejudicar o funcionamento dos órgãos que trabalham para processar essa substância. Assim, fígado, pâncreas e rins costumam ser os mais afetados pelo abuso do álcool.

Além disso, a falta de bebida alcoólica pode causar a síndrome de abstinência. Ela ocorre quando a concentração de álcool no sangue diminui e costuma causar irritabilidade, taquicardia e suor em excesso (sudorese). Em casos extremos, pode provocar convulsões e até levar a óbito.

 

5. Alterações de humor

Uma pessoa sob o efeito do álcool costuma demonstrar alegria, euforia e relaxamento. Ela pode se tornar dependente dessas sensações e passar a consumir álcool em quantidades cada vez maiores para prolongar esses efeitos.

Por outro lado, quando a quantidade álcool diminui em um organismo que tem o hábito de processá-lo em grande volume, ansiedade, depressão, irritabilidade e agressividade são alguns dos sinais que podem aparecer.

Assim, torna-se necessário recorrer ao tratamento médico para reduzir gradualmente o consumo dessa substância de modo que o organismo não sofra.

 

Alcoolismo funcional

Existem diferenças na maneira como cada organismo processa e tolera o consumo de álcool. Assim, determinar um quadro de alcoolismo depende da compreensão de como cada indivíduo reage à substância.

Segundo a OMS, homens podem consumir até 15 doses dessa substância por semana sem grande prejuízo à saúde. Já para as mulheres, o recomendado é o consumo de 10 doses no máximo. Cada dose corresponde a 14 gramas de álcool diluído na bebida.

Uma pessoa que bebe com frequência ou em grandes quantidades pode pensar que não é alcoólatra por conseguir ficar alguns dias sem consumir bebida. No entanto, ela pode sofrer de alcoolismo funcional.

Esse tipo de dependência ocorre quando o indivíduo tem uma vida estável, mas sente que está exagerando na bebida, já recebeu reclamações por beber demais ou sente-se culpado por algo que fez ao consumir essas substâncias. Além disso, sente uma necessidade constante de beber para relaxar.

Existem algumas formas de consumir bebida alcoólica com moderação, conforme explica o doutor Cláudio Duarte, psiquiatra do Hospital Santa Mônica. O ideal é que o contato com o álcool seja evitado durante a gravidez ou tratamento que requer o consumo de medicamentos.

Também é importante hidratar-se antes de beber, pois a sede pode estimular o abuso do álcool.

Vale lembrar que oferecer bebida alcoólica a menores de 18 anos é crime. Conforme a Lei Federal 13.106/2015, a pena para quem violar essa regra é de dois a quatro anos de prisão e multa de R$ 3 mil a R$ 10 mil.

Mas antes de lançar mão dessas dicas, é importante refletir sobre a real necessidade de consumir bebida alcoólica.

Uma pessoa em situação de risco deve, em primeiro lugar ter consciência de seu quadro. Depois, procurar a ajuda adequada para controlar ou eliminar o consumo dessas substâncias para ter uma vida mais saudável.

 

Diagnóstico do alcoolismo

Ao identificar sintomas de alcoólatra em si mesmo ou em alguma pessoa próxima (amigo ou familiar), é fundamental procurar auxílio especializado para fazer o diagnóstico correto e evitar que o problema evolua.

Existem alguns critérios básicos para diagnosticar a dependência de álcool. Os sintomas de alcoolismo são avaliados de acordo com os parâmetros do Código Internacional de Doenças (CID), que estabelece o diagnóstico quando o paciente apresentar ao menos 3 das seguintes condições nos últimos 12 meses:

  • desejo incontrolável (compulsão) por bebidas alcoólicas;
  • falta de controle quanto ao consumo (para começar, parar ou regular a ingestão de álcool);
  • sinais de abstinência física ao cessar o consumo;
  • evidências clínicas de aumento da tolerância ao álcool;
  • perda  de interesse (gradual e progressiva) por atividades da rotina e de convívio social;
  • insistência no consumo de álcool apesar da percepção das consequências do ato para a saúde e cognição.

Além disso, existem diversos testes, exames e questionários que podem auxiliar no diagnóstico e na análise dos sintomas de alcoólatra. Por isso, é fundamental buscar auxílio especializado para combater a dependência e evitar as consequências do problema.

Agora que você conhece melhor os sintomas do alcoolismo, está preparado para identificar quando uma pessoa precisa de ajuda. Contar com profissionais qualificados é fundamental para uma recuperação efetiva, sem recaídas no futuro.

Você precisa ou conhece alguém que necessita de ajuda? Então, entre em contato com nossos especialistas para obter o diagnóstico e o tratamento adequados.